sexta-feira, 15 de julho de 2011

Passio


Passio

E durou a minha paixão
o dobro dos passos
do que dias devassos
a minha criação.

E veio a mim Verónica
a limpar-me o rosto.
E logo o estertor.
Mais não diz a crónica.
Senão que ao sol posto
me vieram depor.

Onde os outros passos?
Ai! Que já nem sei!
São efémeros traços
que já apaguei.

De Verónica o sorriso,
do retrato a mortalha.
E o resto inciso
no reverso da medalha.

Tão só a piedade
de um afago breve,
Entre o rito da vaidade
e um ai que me leve.

2 comentários:

  1. demorei os passos por cá mastigando bem as palavras... :)
    Gosto do que escreve nos seus múltiplos sentidos/sentires.
    Abraço, amigo!

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  2. Obrigado, TB, (:))), pela vista. São só umas tolices...

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